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Splash 

Nem todo splash é tinta

Querendo participar do movimento street art paulistano, Anne Galante criou o "graficrochet" em que aplica seu crochet chumbado nas paredes. 
Nem todo splash é tinta foi seu primeiro projeto que colocou nas ruas de São Paulo, querendo passar a mensagem que você não precisa somente usar tintas para fazer parte desta galeria a céu aberto.

Graficrochet por Anne Galante

O meu novo é contar a velha história do tricô e do crochê da vovózinha numa narrativa atual.
Aqui, tudo é feito com as próprias mãos, com toque espirituoso e refletindo a atitude urbana com o toque artesanal.

Eu costumo deixar a criatividade rolando solta, gosto de criar direto nas agulhas, faço alguns rabiscos e esboços plantando essa semente que germina, se transformando num novo projeto, caminhando um passo à frente do outro para criar a musculatura necessária para levantar voo.

Quando pensei em ir para as ruas, pensei também em como tornar o graficrochet mais durável, porque dá tanto trabalho para fazer que não poderia durar pouco, então tive que desenvolver um fio ideal e uma forma de aplicação ideal. Acho poética as cores do crochet contrastadas com o cinza da argamassa.

Sou Paulistana de corpo e alma e São Paulo essa metrópole que é uma passarela da diversidade, da Bohemia, da moda de rua me impressiona sempre com seus rios de carro e tribos diversas que nela habitam. Mas não nego que preciso me refugiar de tempos em tempos no mato, para renovar as energias e manter acesa aquela inspiração arrebatadora que nunca pode acabar, a paixão pelo desenvolvimento do novo, fazendo a minha imaginação se expandir a um passado antigo, misturado a um artesanato refinado e um mundo de faz de conta.

Eu faço uso criativo de tudo ao nosso redor e sempre tento manter a liberdade de viver na estrada, sem impor muita lógica no trabalho final, trabalhando em cima do improvável e fazendo a ressurreição dessas técnicas milenares.

Eu conto a minha história à medida que minha imaginação se expande ao passado antigo e um futuro não tão distante.

Eu procuro manter meus pés no chão e a cabeça nas estrelas, ser capaz de sonhar sem medo dos meus sonhos, com meus ideais, transformar meus sonhos em metas e as metas em realidade.

O graficrochet surgiu de um desses sonhos, por eu ser apaixonada pela estética do grafite, queria participar desse movimento e colocar minha arte na rua, bem democrática, para todos poderem ver e apreciar nessa maravilhosa galeria a céu aberto que é São Paulo.

E qualquer coisa que é feita é necessário determinação, e só tenho que agradecer porque tenho um trabalho que é uma porção substancial da minha realização pessoal.

Eu comecei trabalhando com moda, mas como uma geminiana nata eu não poderia ficar fazendo uma coisa só, então passei para a área de decoração e agora arte. Eu não tenho medo de mudança, o que mais gosto é tirar proveito delas, porque tenho certeza de que elas fazem parte de uma evolução obrigatória.

Eu adoro compartilhar esse conhecimento, até porque na minha opinião, as técnicas de tricot e crochet deveriam ser ensinadas na escola, elas favorecem a capacidade de coordenação e concentração, melhora o humor, proporciona a sensação de bem estar, aumenta a autoestima e nos ensina a alcançar nosso objetivos e a não desanimar, e quando você faz um ponto errado, você tem a chance de voltar atrás e fazer corretamente. Seria maravilhoso se pudéssemos fazer isso na vida também.

E a única fórmula para chegar num crochet perfeito é bem simples, você tem que praticar e se concentrar, e depois praticar e se concentrar mais, e essa concentração te leva para o seu eu mais profundo e quando a peça é finalizada ela carrega esses milhões de pensamentos.

Pode-se dizer que intervir na cidade é uma forma de não musealização da arte. A arte urbana não limita a sociedade, nem se quer faz acepção de pessoas. Ela não escolhe certo tipo de público ou classe social, a rua, a pele da cidade, abrange a todos como expectadores.

Fazer ligação entre arte, psicologia e comportamento humano, trouxe-me entendimento a muitos assuntos que só ouvia falar, mas que agora faço parte.

O mundo é cercado por uma sociedade que necessita se expressar, essas manifestações tiveram início há muito tempo em cavernas e pirâmides, e não parou por lá, refletiu em artistas e também em mim.

Não devíamos nos preocupar em entender, mas sim em sentir a arte.
 

O QUE

Splash Art

ONDE

Vila Madalena, São Paulo - SP

QUANDO

2011 / 2012

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